quarta-feira, 2 de abril de 2014

Campanha contra o HPV tem resultado positivo na Região Leste

  

       Com percentual de atendimento de 90%, a campanha de vacinação contra o HPV foi um sucesso na região Leste da capital. Entre os dias 10 e 15 de maio foram vacinadas 4.428 meninas de 11 a 13 anos em todas as escolas públicas e privadas da região. O principal objetivo da vacinação é prevenir o câncer de colo do útero.

      A Gerência de Distrito Sanitário Leste, por meio da Gerência Distrital de Atenção à Saúde, e a Gerência Regional de Educação, através do Programa Saúde na Escola (PSE), montaram um cronograma de atendimento em todas as escolas para atingir o maior número possível de meninas. São ministradas três doses da vacina. Além dessa, em março, a segunda acontece após seis meses e a terceira é aplicada cinco anos após a primeira dose.
        O HPV é capaz de infectar a pele ou as mucosas e possui mais de cem tipos. Desse total, pelo menos 13 têm potencial para causar câncer. A vacina distribuída no SUS é a quadrivalente, que previne contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero, responsável atualmente por 95% dos casos de câncer no país. No entanto, a sua implantação será gradativa. Em 2014, a população alvo da vacinação é composta por adolescentes do sexo feminino na faixa etária de 11 a 13 anos. Em 2015, serão vacinadas as adolescentes na faixa etária de 9 a 11 anos e, a partir de 2016, serão vacinadas as meninas de 9 anos de idade.

        Nas meninas entre 9 a 13 não expostas aos tipos de HPV 6, 11, 16 e 18, a vacina tem eficácia de 98,8%. A época mais favorável para a vacinação é nesta faixa etária, de preferência antes do início da atividade sexual, ou seja, antes da exposição ao vírus. Nesta faixa etária, a vacina quadrivalente induz uma melhor resposta quando comparada com o que acontece com adultos jovens. Meninas vacinadas sem contato prévio com HPV têm maiores chances de proteção contra lesões que podem provocar o câncer uterino.
Boa adesão
       O auxiliar de enfermagem Luciano Vieira Miranda disse que a adesão à vacinação foi positiva. “No início da organização da campanha achei que seria difícil, mas depois percebi que foi a maneira correta, porque o público é conhecido na escola e a captação está perfeita. Existe um mito que diz que a vacina esteriliza e incentiva a prática sexual, mas isso não existe. Aconteceram poucas recusas nas escolas que trabalhei e algumas meninas já haviam sido vacinadas na rede particular”, explica.

       Morador do bairro Taquaril, Sérgio Coelho levou a filha de 11 anos para vacinar na Escola Municipal George Ricardo Salum, localizada no bairro, e elogiou a ação. “Achei legal a campanha. É muito importante imunizar as crianças para não ter câncer de colo de útero. É uma proteção para a minha filha”, ressaltou. “Infelizmente, mui­tas mulheres não tiveram acesso a essa vacina e, ao serem expostas ao vírus, tiveram doenças graves e morreram. Esta é a oportunidade de salvar vidas”, disse Marilene Zeferino, moradora do bairro Granja de Freitas, que levou a filha para vacinar.
      Caroline Juliane Martins, vice-diretora da Escola Municipal George Ricardo Salum, explica que a unidade fez um trabalho de conscientização com as alunas durante duas semanas. “O nosso objetivo foi motivar as alunas, passando de sala em sala, nas turmas do segundo ciclo, que é o público alvo. Além do material da saúde, fizemos cartazes na escola e bilhetes nominais. Realizamos uma atividade no auditório, com todas as meninas, ministramos uma palestra e passamos um vídeo abordando as questões de cuidados com o corpo, tipos de doenças sexualmente transmissíveis e formas de prevenção, entre outros. Foi muito interessante, pois, como só tinham mulheres no local, as alunas se sentiram à vontade para tirar todas as dúvidas”, explicou.
Trabalho

     Thiago Germano, assistente de apoio ao Programa de Saúde da Família, trabalhou na organização da campanha nas escolas municipais e ressalta que o objetivo agora é trabalhar com essa temática durante o ano, pois é importante que as meninas recebam as outras doses. “A campanha foi muito positiva, pois a adesão foi muito alta. Além da imunização que as meninas receberam, durante o período anterior à vacina todas as escolas municipais trabalharam o tema sexualidade e cuidados com o corpo”, disse. Segundo ele, a Escola Municipal Israel Pinheiro fez uma reunião com os pais abordando o tema e explicando a importância da vacina. “Considero que facilitar o acesso das pessoas a essas informações foi extremamente importante para que a campanha desse certo”, concluiu.

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