Nascido na Escola Municipal Israel Pinheiro (Emip), o projeto Sambalto foi idealizado pelo ex-aluno da escola, músico e educador social Felipe Cordeiro e ganhou as ruas do bairro Alto Vera Cruz, na região Leste da capital. O projeto é uma roda de samba mensal, realizada nas tardes de domingo e tem como intuito oferecer à comunidade um espaço de entretenimento, lazer, cultura, além de proporcionar a interação dos moradores e revelar talentos locais.
O projeto, que começou em 2008 como Samba da Emip surgiu por meio da parceria de músicos da comunidade do bairro Alto Vera Cruz com a escola. As primeiras edições aconteceram dentro do programa Escola Aberta, na quadra coberta da escola, quando o coordenador do programa era Ramon Izidoro, ex-aluno da escola, atual conselheiro tutelar da região Leste e um dos colaboradores do projeto.
Atualmente a festa acontece na rua, nas proximidades da unidade e reuniu na última edição cerca de 1.500 pessoas. Nomes importantes da música mineira, como Flávio Renegado, Marina Gomes, Manu Dias, Capim Seco e Rafael Dias já participaram das apresentações. O grupo Meninas de Sinhá está presente desde a primeira roda. Valdete Cordeiro, de 68 anos, líder comunitária do bairro e coordenadora do Meninas de Sinhá, ressaltou a importância do Sambalto. “É um projeto bonito, para a família. Fico ansiosa para chegar o domingo de samba, ouvir boas músicas e ver gente nova. É um projeto muito importante para a comunidade”, ressaltou.
Grupo
Felipe Cordeiro é educador social do Centro de Integração de Atendimento ao Menor (Ciame) Flamengo e responsável pelo marketing. Também compõe a organização do projeto Andinho Santo, Damião Elias e Moisés Andriola. Andinho é diretor musical do Sambalto, músico da banda Os Neguinhos e professor de música no Ciame Flamengo, Damião é responsável pela documentação do grupo e também educador no Ciame Flamengo. Já Moisés, além de tesoureiro da equipe, é servidor público, lotado na Gerência de Jardins e Áreas Verdes da Regional Leste. Todos são moradores do Alto Vera Cruz e ex-alunos da Emip.
Também participam do Sambalto os músicos Max Robson, percussionista da Orquestra Sinfônica de Minas, Erick Marnieri (vocalista), Welbert Soares e Farley Lino (percussionistas), Adelton Rodrigues (vocalista e percussionista), Leandro Camilo (cavaquinhista) e Islan Henrique (contrabaixista). O repertório é formado por sambas de raiz e inclui obras de grandes compositores como Cartola, João Nogueira, Pixinguinha e Paulinho da Viola. Também há espaço para a comunidade apresentar suas composições e releituras.
A venda de bebidas e camisas é que sustenta as apresentações. “Os músicos não cobram cachê. Acreditamos muito no projeto, pois ele beneficia o nosso bairro. Antes, só tínhamos manchetes negativas na região e conseguimos levar a música e a arte ao local”, disse o tesoureiro, Moises Andriola. As camisetas do Sambalto já estão à venda na página do Facebook do projeto: “Projeto samba EMIP E. Municipal Israel Pinheiro” ou “Sambalto”.
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