Líderes
locais das cidades signatárias do Urban Food Policy Pact (Pacto pela Política
Alimentar Urbana), entre eles o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda,
entregaram na sexta, dia 16, o protocolo internacional ao secretário-geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. O representante da ONU recebeu
o documento oficial, assinado na quinta-feira, dia 15, durante a cerimônia em
celebração ao Dia Mundial da Alimentação, realizada em Milão, na Itália. No
pacto, 100 prefeitos de cidades do mundo se comprometem com a coordenação das
políticas internacionais de alimentos. Ainda durante a solenidade, foram
abordados também temas relacionados à agricultura e produção rural.
O
prefeito Marcio Lacerda participou do evento, encerrando a missão naquele país,
que teve início na terça-feira, dia 13. Nesses quatro dias, Marcio apresentou
as políticas bem sucedidas de segurança alimentar adotadas na capital mineira.
O evento contou com a participação de mais de 800 representantes de todo o
mundo, incluindo delegados dos 197 países membros da Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura (FAO).
O
Dia Mundial da Alimentação foi estabelecido pelos países membros da FAO no dia
16 de Outubro de 1945 e, a cada ano, é comemorado por mais de 150 países. Essa
agenda em Milão dá sequência aos encontros realizados no Vaticano e em Nova
York e culminará na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre o Clima (COP21),
em dezembro, em Paris. Esses encontros visam à adoção dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), entre eles a erradicação da fome no mundo.
Os ODS foram elaborados com base nos resultados da Conferência Rio+20 e nas
experiências resultantes do compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODM).
O
prefeito Marcio Lacerda, que participou dessas reuniões ao lado de outras
lideranças locais de várias cidades do mundo, pontuou que a capital mineira vem
sendo reconhecida no exterior pelas políticas de alimentação adotadas pela
Prefeitura. “Hoje são distribuídas gratuitamente mais de 70 milhões de
refeições por ano, nos restaurantes populares, escolas, unidades de educação
infantis, asilos e outras instituições conveniadas. A qualidade da nossa
merenda escolar, por exemplo, é reconhecida pela Unicef. BH foi a primeira
cidade do Brasil a adotar uma política de alimentação gratuita para os moradores
de rua. Enfim, é uma cidade que venceu a fome e onde todos podem contar com a
assistência da Prefeitura”, disse.
Pacto pela Política Alimentar Urbana
Pacto pela Política Alimentar Urbana
O
Urban Food Policy Pact (Pacto pela Política Alimentar Urbana) é um protocolo
internacional voltado para a segurança alimentar e para a sustentabilidade. O
objetivo é desenvolver uma política alimentar global abrangente, que considere
todos os aspectos dos ciclos alimentares urbanos, da produção ao consumo, do
processamento à distribuição. A cerimônia de assinatura foi realizada durante o
Mayors Summit (Cúpula de Prefeitos), no Palazzo Reale, que fez parte da série
de eventos que reuniu, na cidade italiana, líderes e gestores de diversos
países para discutir a segurança alimentar e nutricional. O prefeito Marcio
Lacerda foi o único representante de uma cidade da América Latina a ter espaço
de fala durante o evento, um reconhecimento ao trabalho executado pela PBH na
área de segurança alimentar e nutricional.
Durante a cúpula, os gestores identificaram e discutiram questões comuns às cidades participantes para, a partir daí, planejar alternativas que possam ser aplicadas à realidade de seus municípios, estados e países. Eles compartilharam também propostas para minimizar problemas globais causados pela fome, por mudanças climáticas e desigualdade social e, assim, transformar os municípios em locais mais igualitários e sustentáveis.
Durante a cúpula, os gestores identificaram e discutiram questões comuns às cidades participantes para, a partir daí, planejar alternativas que possam ser aplicadas à realidade de seus municípios, estados e países. Eles compartilharam também propostas para minimizar problemas globais causados pela fome, por mudanças climáticas e desigualdade social e, assim, transformar os municípios em locais mais igualitários e sustentáveis.
Programas de sucesso em BH
A
Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal Adjunta de Segurança Alimentar e
Nutricional (Smasan), adota políticas públicas de segurança alimentar que
incluem o incentivo à produção e o autoabastecimento, hortas escolares e
comunitárias, a defesa e a promoção do consumo alimentar por meio de oficinas
de alimentação, orientação nutricional e distribuição da merenda escolar, a
comercialização dos alimentos e a capacitação profissional.
Entre as ações, destacam-se a oferta de refeições a baixo custo por meio dos restaurantes e refeitório populares, dos Sacolões ABasteCer (Alimentos a Baixo Custo), do programa Hortas Escolares e Comunitárias e da Alimentação Escolar.
Hoje,
Belo Horizonte conta com três restaurantes populares (Barreiro, Centro, Venda
Nova) e um refeitório na Câmara Municipal. Outra unidade do restaurante
popular, no bairro Santa Efigênia, está em reforma e tem previsão de reabertura
no primeiro trimestre do ano que vem. São servidas em média (entre café da
manhã, almoço e jantar) 10.600 refeições balanceadas por dia, chegando a 2,4
milhões por ano. O café da manhã custa R$ 0,75, o almoço R$ 3 e o jantar, R$
1,50. As pessoas em situação de rua recebem as refeições gratuitamente e os
beneficiários do programa Bolsa Família têm 50% de desconto, o que representa
benefício para cerca de 161 mil pessoas por ano.
Os
sacolões ABasteCer comercializam em média 70 itens. Entre estes, 20 itens
hortifrutigranjeiros são comercializados ao preço máximo de R$ 0,99 o quilo,
além de cereais, doces caseiros, biscoitos e laticínios. No ano passado, 4,1
milhões de pessoas foram beneficiadas pelo programa.
O
Programa Hortas Escolares e Comunitárias tem por objetivo promover a prática da
agricultura urbana em espaços escolares e comunitários, estimulando a produção
de hortaliças e plantas aromáticas e fitoterápicas como prática pedagógica
interdisciplinar, complementação alimentar e/ou comercialização do excedente da
produção. As hortas escolares contribuem para a formação educacional, em
especial as questões ecológicas e ambientais, além de produzir a baixo custo
hortaliças frescas, ricas em nutrientes e sem contaminações por agrotóxicos.
Melhora a nutrição escolar dos alunos, suplementando os programas de
alimentação escolar.
A
alimentação escolar é um componente fundamental da política de abastecimento e
segurança alimentar e tem como objetivo oferecer uma alimentação com qualidade
nutricional e sanitária às crianças matriculadas nas escolas municipais de Belo
Horizonte. Os cardápios são elaborados por uma equipe de nutricionistas. Apenas
em 2014, foram servidas 62 milhões de refeições nas unidades escolares da
capital.
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