sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

URBEL REMOVE 13 FAMÍLIAS EM RISCO DA VILA DA ÁREA

Treze famílias da Vila da Área, que fica na região Leste, no final da avenida dos Andradas, estão alojadas no Abrigo Municipal Granja de Freitas desde o início do mês de janeiro. Elas foram removidas definitivamente pela Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) devido ao perigo de deslizamento de encosta e de solapamento da margem do Arrudas, problemas surgidos com as fortes chuvas da segunda quinzena de dezembro. A retirada foi decidida após vistoria conjunta feita por técnicos da Urbel, da Regional Leste e da Defesa Civil, por causa dos perigos da pista ceder e soterrar moradias, além da amea­ça de solapamento do terreno.
As ações preventivas foram decisivas para evitar perdas de vida.  Cerca de uma semana depois das remoções, parte do barranco desceu e atingiu o barracão onde morava o garçom Vanderlei Ro­drigues, de 34 anos, que já havia ido para o abrigo. “Se estivesse lá não sei o que teria acontecido comigo”, disse. A bela paisagem desfrutada pelos moradores, a queda do Arrudas e as enormes pe­dras­ deitadas no seu leito, oculta perigos. “Vivia aqui acostumado com o ambiente e não via os riscos”, confessa o pedreiro Vanderli Rodrigues, de 33 anos, enquanto anda sobre os escombros das moradias demolidas. Ele, como o irmão Vanderlei, nasceu e foi criado no lugar. Os pais deles chegaram ao local há cerca de 50 anos e foram um dos primeiros ocupantes. “Todo mundo está feliz com as remoções. Não tínhamos mais recursos aqui”, comentou.
Para Denise Rubim, técnica social da Urbel, tudo foi gratificante. “Fico feliz por ter participado e evitado mortes”. Segundo ela, as famílias visitaram as instalações do abrigo na parte da manhã e à tarde algumas já haviam mudado. “As famílias começaram a procurar um imóvel cujo aluguel será pago pelo programa Bolsa Moradia até serem reassentadas em apartamentos construídos pela Prefeitura”, declarou.
Até o momento, 56 famílias­ removidas de áreas de risco em decorrência das chuvas foram recebidas no Abrigo Municipal Granja de Freitas. No caso da Vila da Área, as 13  famílias se adaptaram rápido à vida coletiva, de acordo com a gerente do abrigo, Elizabeth Itaborhay Ferenzini. “Elas estão gostando porque os filhos estudam perto, tem centro de saúde próximo, além de várias outras facilidades que melhoraram a vida delas”, explicou. 

Mudanças

O engenheiro Marcelo Camargos, que chefia a Divisão Operacional Leste da Diretoria de Manutenção e Área de Risco da Urbel, assegurou que a vila ocupa terreno totalmente impróprio para a habitação. “Está ocorrendo um processo de instabilidade muito rápido. Observamos a mudança do curso natural do rio e o solapamento das margens devido às mudanças no regime hídrico, o perigo de escorregamentos de encosta agravado pela deposição de entulho e lixo, além do perigo de rolamento de blocos de rocha”, alertou. Habitações muito precárias, ambiente insalubre e dificuldade de acesso são outros enfrentados pelos moradores. 
De acordo com a Urbel, está prevista para maio a conclusão do projeto para estabilização de encosta no local. Ele inclui a remoção e o reassentamento de todas as famílias da comunidade bem como obras de tratamento das áreas de risco. Já em caráter emergencial a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que foi concluído projeto de construção de uma contenção de cortina atirantada para proteção da rua Marzagânia, que dá acesso aos conjuntos habitacionais do Granja de Freitas e a municípios como Sabará, com recursos de R$ 1,17 milhões do governo federal.

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